Você sabe o que é Autismo?

Nenhuma pessoa é igual à outra. Cada indivíduo é único na maneira de pensar, de relacionar, de agir, de sentir. Esta lição nós sabemos de cor, mas nem sempre a praticamos. Exigimos do outro que tenha o mesmo padrão de ser, de agir e com isso desrespeitamos a vivência do outro.

Quem tem autismo, atualmente denominado de Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, também vivencia uma maneira única de perceber e, principalmente, de sentir o mundo. Por isso é preciso conhecer o que é o TEA para que possamos ajudar ao invés de excluir.

De acordo com o DSM-V, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que serve de parâmetro para o mundo todo, dentre as várias características do TEA, as principais são: prejuízo na capacidade de interação social, comprometimento na comunicação e padrão de comportamento restritivo e repetitivo, o que desencadeia a necessidade de manter uma rotina rígida.

Tais dificuldades podem apresentar-se em diferentes graus, desde o mais leve, em que os autistas apresentam altas habilidades intelectuais, até o severo, onde a fala é muito prejudicada. Porém, dar um diagnóstico com precisão é uma tarefa complicada, uma vez que no TEA não há exames de laboratórios ou de imagem para comprová-lo. Assim, alguns pais demoram muito para procurar um especialista porque consideram que aquele comportamento do filho, diferente do irmão ou do amiguinho, trata-se apenas do jeito de ser dele. E é! Afinal, somos únicos, não? No entanto, esta peculiaridade, pode tratar-se de um TEA.

Por isso que a qualquer sinal que intrigue os pais é necessário buscar uma resposta e, se confirmar, iniciar o tratamento adequado, já que o autismo exige intervenções individualizadas, de acordo com a necessidade de cada um. O diagnóstico é feito pelo médico e uma equipe multiprofissional através de observação e avaliação criteriosa do comportamento da criança, além da entrevista com os pais.

Outra característica que atinge boa parte dos autistas é a sensibilidade sensorial, conhecida como Transtorno de Processamento Sensorial, que desencadeia no autista uma hipersensibilidade ou hipossensibilidade ao ambiente. Os estímulos são captados pelo cérebro de forma intensa, originando, neste caso a hipersensibilidade, mesmo que este estímulo seja mínimo. Assim, o autista pode reagir emocionalmente, ficando agitado, irritado, com situações cotidianas, como, por exemplo, o latido de um cachorro ou o barulho de um ventilador. Já na hipossensibilidade, ele pode ignorar um som muito alto ou cheiros e sabores intensos, demonstrando passividade ou pouca reação.

Cada um tem reações diferentes e nestes casos a Terapia de Integração Sensorial, através de um tratamento individualizado, ajuda a melhorar o déficit que a criança apresenta, promovendo a organização de conduta, melhora nos aspectos sociais e ambientais, na coordenação, na habilidade em manter atenção, dentre outros.

Ainda há muito para escrever quando o assunto é TEA. No entanto, mais importante do que conhecer sobre o tema, mesmo que pouco, é a inclusão dos autistas. Ela é fundamental para o sucesso do tratamento que deve ser multidisciplinar. Acolhe-los, respeita-los, e não segrega-los ou ignora-los, em suas necessidades permite que eles adquiram habilidades sociais e comunicativas, uma vez que estimula os neurônios-espelhos a memorizar ações sociais.

Portanto, o processo de inclusão merece total atenção por parte de quem convive, seja direta ou indiretamente, criando condições para melhorar a interação do autista com o mundo, possibilitando seu desenvolvimento e autonomia. É um desafio, mas possível, e que possibilita qualidade de vida para todos os envolvidos.

Autora: Joselene L. Alvim

Psicóloga/Neuropsicóloga

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