Balançar as mãos, gritar, estalar os dedos e fazer sons repetitivos. Essas são algumas ações comuns em indivíduos com transtorno do espectro autista (T.E.A). São as estereotipias.
Esse tipo de comportamento pode ser relacionado à busca de sensações para proporcionar bem-estar ou simplesmente pela tendência a repetições, podendo ser também atitudes autorregulatórias. Trata-se de uma manifestação externa do que está ocorrendo internamente, podendo ser de diversos fatores como o emocional, sensorial, neurológico e fisiológico. É assim que a criança comunica o que está havendo, podendo ser em um momento de alegria, excitação ou desconforto.
É necessário inibir quando a ação repetitiva é algo prejudicial, como bater a cabeça ou se arranhar. Por isso é importante atenção quando e como esses movimentos acontecem, entendendo também o significado e se a estereotipia traz calma, estabilidade, irritação ou perturbação.
Partindo desse ponto de observação e compreensão, enxergamos uma janela para comunicação. É aqui que entendemos se a estereotipia representa animação ou desconforto e trabalhos para aprimorar isso e transformar em um meio de comunicar. Como explica a terapeuta ocupacional da clínica Neurofisio Intensiva, Natani Belli, “é preciso desenvolver estratégias para reduzir as estereotipias e construir ações que transformem isso em linguagem e comunicação”, dessa forma enriquecendo a comunicação e socialização do paciente.
Para a terapeuta ocupacional, especialista em comunicação alternativa, Fernanda Babora, as estereotipias também podem revelar uma ansiedade muito grande do paciente e a necessidade de comunicação. Nesse sentido, a implantação da comunicação alternativa pode significar a diminuição da ansiedade e, por consequência, os movimentos estereotipados.